]]>Em vez de reagirmos cegamente às situações, podemos parar um instante para nos comunicarmos com nós mesmos. Nesse espaço, podemos escolher gerar o antídoto para a emoção negativa, em vez de manifestá-la. Se alguém está com raiva de nós e surge raiva em nós, o antídoto é a compaixão. Fazê-la brotar pode parecer forçado e pouco autêntico no início, mas se percebermos que a pessoa que nos irrita está sendo controlada por seus próprios condicionamentos, é possível sentir compaixão, talvez até mesmo sentir uma conexão com a pessoa, deixando um pouco de lado nossas reações negativas. Dessa maneira, começamos a moldar nosso futuro de forma positiva.
Essa nova resposta ainda se baseia no desejo – neste caso, pela virtude, pela paz ou pelo desenvolvimento espiritual – e também produz um traço kármico, mas um traço positivo. Nós plantamos uma semente de compaixão. Da próxima vez que nos encontrarmos com a raiva, teremos uma chance um pouco maior de responder com compaixão, o que é muito mais confortável e espaçoso do que a estreiteza da raiva autoprotetora. Dessa forma, a prática da virtude requalifica cumulativamente nossa resposta ao mundo e acabamos, por exemplo, encontrando cada vez menos raiva, tanto interna quanto externamente. Se persistirmos nesta prática, começaremos a ver menos pessoas que parecem merecer nossa condenação ou raiva e mais pessoas se debatendo com seus condicionamentos kármicos. A compaixão acaba surgindo espontaneamente e sem esforço.
Usando a compreensão do karma, podemos treinar nossas mentes para usar toda a experiência, mesmo os devaneios mais íntimos e fugazes, como apoio à nossa prática espiritual.
Nós passamos um terço de nossas vidas dormindo. Não importa o que façamos, o quão virtuosas ou não virtuosas sejam nossas atividades, se somos assassinos ou santos, monges ou libertinos, todos os dias terminam da mesma forma. Fechamos nossos olhos e nos dissolvemos na escuridão. Fazemos isso sem medo, ainda que tudo aquilo que conhecemos como “eu” desapareça. Depois de um breve período, surgem imagens, e a nossa sensação de “eu” surge com elas. Existimos novamente no mundo aparentemente sem limites do sonho. Todas as noites participamos desse profundo mistério, passando de uma dimensão de experiência para outra, perdendo e reencontrando a nossa noção de “eu”, e achamos tudo isso muito natural. Acordamos de manhã e continuamos a vida “real”, mas, em um certo sentido, ainda estamos dormindo e sonhando. Os ensinamentos nos dizem que podemos continuar nesse estado deludido semelhante ao sonho, dia e noite, ou podemos despertar.
Quando nos dedicamos aos yogas do sono e dos sonhos, passamos a fazer parte de uma longa linhagem. Por muitos séculos, homens e mulheres têm se dedicado a essas mesmas práticas, enfrentado as mesmas dúvidas e obstáculos que nós, e obtido os mesmos benefícios que nós podemos obter. Muitos grandes lamas e yogues realizados adotaram as práticas de yogas do sono e dos sonhos como principais e, através delas, atingiram a realização. Refletir sobre essa história e relembrar as pessoas que dedicaram suas vidas aos ensinamentos –nossos ancestrais espirituais que através desses ensinamentos nos entregam os frutos de sua prática – gera fé e gratidão à tradição.
Alguns mestres tibetanos podem achar estranho que eu ensine essas práticas aos ocidentais que ainda não completaram certas práticas preliminares. Os ensinamentos eram tradicionalmente secretos, como um sinal de respeito e como uma proteção contra a degeneração decorrente da incompreensão de praticantes despreparados. Eles nunca foram ensinados publicamente ou oferecidos de maneira informal, mas eram reservados para indivíduos preparados para recebê-los.
As práticas não são menos eficazes e valiosas do que eram no passado, mas as condições no mundo mudaram e, por isso, estou tentando algo diferente. Espero que ao ensinar o que é eficaz, de maneira aberta e simples, a tradição seja melhor preservada e mais pessoas possam se beneficiar dela. Mas é importante respeitar os ensinamentos, tanto para protegê-los quanto para avançarmos em nossa própria prática. Por favor, procure receber a transmissão direta desses ensinamentos de um professor autêntico. É muito bom ler sobre esses yogas, mas melhor ainda é receber a transmissão oral, pois isso cria uma conexão mais forte com a linhagem. Além disso, é fácil encontrar obstáculos no caminho que podem ser difíceis de superar por conta própria, mas um professor experiente pode identificá-los e ajudar a removê-los. Esse é um ponto importante que não deve ser esquecido.
Nossas vidas humanas são preciosas. Temos corpos e mentes perfeitos com pleno potencial. É possível que tenhamos encontrado professores e recebido ensinamentos, desfrutando da liberdade de seguir o caminho espiritual. Sabemos que a prática é essencial para a jornada espiritual, bem como para nossa aspiração de ajudar os outros. Também sabemos que a vida passa rapidamente e que a morte é certa, mas em nossas vidas ocupadas achamos difícil praticar tanto quanto gostaríamos. Talvez meditemos durante uma ou duas horas por dia, mas restam as outras vinte e duas horas para nos distrairmos e nos atirarmos nas ondas do samsara. Mas sempre há tempo para dormir. A terça parte das nossas vidas que passamos dormindo pode ser um tempo para praticar.
O tema principal deste livro é a possibilidade de cultivar uma maior consciência durante cada momento da vida por meio da prática. Fazendo isso, a liberdade e a flexibilidade aumentam continuamente pois somos menos governados pelas preocupações e pelas distrações habituais. Desenvolvemos uma presença estável e vívida que nos permite escolher respostas positivas para o que quer que surja, respostas que podem trazer mais benefício aos outros e à nossa própria jornada espiritual. Com o tempo, desenvolvemos uma continuidade da lucidez que nos permite manter a consciência durante o sonho, bem como no período de vigília. Assim somos capazes de responder aos fenômenos dos sonhos de maneira criativa e positiva e podemos realizar várias práticas durante o sonho. Quando desenvolvemos plenamente essa capacidade, descobrimos que estamos vivendo a vida durante a vigília e durante o sonho com mais tranquilidade, conforto, clareza e apreciação.
]]>Rinpoche significa “precioso”. Pode-se aplicar o termo de forma imprecisa a qualquer pessoa ou coisa considerada preciosa, no sentido de ter um adhishtana poderoso. É um título conferido aos lamas, como um sinal de sua antiguidade e merecimento, por seus mestres e/ou alunos. É aplicado automaticamente àqueles que são reconhecidos como tulkus, mesmo quando ainda são crianças. Os chefes institucionais das linhagens ou comunidades podem decidir conferir o título de Rinpoche a seus discípulos mais proeminentes, como um meio de aumentar seu status e sua visibilidade. Nas assembleias, aqueles com o título de Rinpoche recebem assentos especiais ou tronos, e são servidos primeiro antes do restante da assembleia, mesmo que não sejam monásticos. O título não indica nenhuma qualificação ou nível de treinamento específico, embora se presuma que qualquer pessoa com o título seja, de fato, qualificada de alguma forma digna de respeito. Idealmente, é o sinal de que a pessoa é um praticante realizado e exemplar, mas como não existe um mecanismo de controle de qualidade, temos que tirar nossas próprias conclusões, de qualquer modo.
Quem quer que seja considerado altamente realizado pode ser chamado de Rinpoche, embora essas pessoas nem sempre recebam oficialmente esse título ou necessariamente o adotem. Outro termo relacionado é tsa chenpo, que carrega conotações de ser altamente realizado e/ou dotado de poderoso adhishtana. Não é usado como um título, mas sempre se pode perguntar quais lamas são mais “tsa chenpo” do que outros.*
* Mais informações sobre tsa chenpo estão em outra parte do livro (na página 156)
]]>Você já se ouviu dizendo coisas como, “Meu dia está tão ruim. O que há de errado comigo? Não posso acreditar que esqueci disso.” Essas vozes de ansiedade e autocrítica são tão familiares que começamos a acreditar na realidade que elas retratam. Elas literalmente nos ligam a uma certa versão da realidade naquele momento. Quando perceber que está falando consigo mesmo dessa maneira, pare. Respire fundo e, enquanto solta o ar lentamente, ouça o silêncio que está dentro de você e ao seu redor. Comece a ouvi-lo. Independentemente de quão barulhento seja o ambiente interno ou externo, o silêncio está sempre disponível. Ouça, sinta, descanse. A instrução não é se desconectar ou evitar a experiência, mas permanecer totalmente presente sem seguir seu diálogo interno. Deixe que essas vozes internas sejam como são, sem segui-las ou discutir com elas. Enquanto ouve o silêncio, você gradualmente sente alívio, uma sensação de frescor. Podem surgir alegria e bom humor espontaneamente. Vai perceber que há mais apoio disponível para você na abertura do ser do que na tagarelice incessante da voz em sua cabeça.
]]>Aceitar significa “deixar estar” os pensamentos, emoções, sentimentos ou sensações que você descobrir. Você pode sentir uma sensação natural de aversão, de desejar que aqueles sentimentos desagradáveis vão embora, mas, à medida que você se torna mais disposto a estar presente com “o que é”, uma qualidade diferente de atenção vai emergir. Aceitar é intrínseco à cura e perceber isso pode dar origem a uma intenção consciente de “deixar estar”.
Muitos alunos com os quais eu trabalho sustentam a própria determinação de “deixar estar” mentalmente sussurrando uma palavra ou expressão de encorajamento. Por exemplo, você pode se sentir tomado pelo medo e sussurrar “sim”, ou experimentar uma intensificação da dor profunda e sussurrar “sim”. Você pode usar as palavras “isso também” ou “eu consinto”. A princípio, você pode sentir que está apenas tolerando as emoções e sensações desagradáveis. Ou você pode dizer sim para a vergonha e esperar que ela desapareça magicamente. Na realidade, precisamos consentir repetidas vezes. No entanto, mesmo o primeiro gesto de permissão, simplesmente sussurrar uma expressão como “sim” ou “eu consinto”, começa a suavizar as arestas da sua dor. O seu ser inteiro não está tão concentrado em resistir. Ofereça a expressão com gentileza e paciência, e em tempo suas defesas vão relaxar e você pode sentir uma sensação física de se render ou se abrir para as ondas da experiência.
Trecho do livro "Refúgio verdadeiro", de Tara Brach, no capítulo "Portal da verdade", página 88.
]]>Participe do evento ABC da Meditação para Crianças e Adolescentes, com a participação especial de Susan Kaiser Greenland, renomada autora e pioneira em Mindfulness para jovens. Aprenda os princípios essenciais do Mindfulness por meio de seu ABC: Atenção, Bem-estar e Compaixão. Garanta sua inscrição para o evento online, que acontecerá no dia 23 de setembro, das 14h às 17h. Não perca a oportunidade de aprender com uma das principais especialistas na área e contribuir para um futuro mais equilibrado e consciente para as próximas gerações. Inscreva-se agora!
]]>Os seres em primeiro lugar pensam “eu” e se apegam a ele; Eles pensam “meu” e se apegam às coisas.
Chandrakirti, Introduction to the Middle Way, traduzido para o inglês por Padmakara Translation Group
Séculos antes do desenvolvimento da ciência ocidental, o Buda chegou ao entendimento de que o sofrimento origina-se na mente – no “olho”, por assim dizer, “de quem vê”. Embora os termos que ele usou possam diferir daqueles dos biólogos, neurocientistas e psicólogos modernos, os insights que ofereceu são notavelmente semelhantes.
De acordo com as primeiras apresentações escritas dos ensinamentos do Buda sobre a Segunda Nobre Verdade, dukkha surge de uma condição mental básica, que, em páli, refere-se ao termo tanha, ou “desejar”. Os estudantes que fizeram as transcrições iniciais do páli para o sânscrito traduziram a causa como trishna, ou “sede”. Quando os ensinamentos foram trazidos para o Tibete, a causa foi traduzida como dzinpa, ou “impulso de agarrar”.
À sua própria maneira, cada um desses três termos reflete um anseio mental fundamental em direção à permanência ou estabilidade – ou, visto de outra forma, uma tentativa de negar ou ignorar a impermanência. O mais básico desses anseios é a tendência, muitas vezes descrita nos textos budistas como ignorância, de confundir “eu”, “outro”, “sujeito”, “objeto”, “bom”, “ruim” entre outras distinções relativas como tendo uma forma independente, inerentemente existente. Em um nível muito simples, a ignorância poderia ser descrita por pensar que o rótulo de uma garrafa de molho picante é o molho em si.
Da concepção de que pessoas, lugares e coisas são inerentemente sólidas e reais surgem dois impulsos igualmente poderosos. O primeiro, em geral chamado de desejo, é um anseio de adquirir ou manter o que determinamos como agradável. O segundo, conhecido como aversão, é um movimento na direção oposta, para evitar ou eliminar coisas que definimos como desagradáveis.
Juntos, ignorância, desejo e aversão são chamados nos textos budistas de “os três venenos”, hábitos tão profundamente arraigados de como nos relacionar com as experiências que nublam ou “envenenam” a mente. Individualmente e em conjunto, dão origem a inúmeras outras atitudes e emoções – por exemplo, orgulho, perfeccionismo, baixa autoestima ou ódio contra si mesmo; o ciúme que sentimos quando um colega de trabalho recebe uma promoção que pensamos merecer; ou um nó de tristeza e desesperança que nos oprime quando lidamos com um parente doente ou idoso. Dessa forma, alguns ensinamentos budistas referem-se a essas atitudes e emoções como “aflições” ou “obscurecimentos”, porque limitam as maneiras com que interpretarmos a experiência – que, por sua vez, inibe o nosso potencial de pensar, sentir e agir. Uma vez que desenvolvemos um sentimento de “eu” e “não eu”, começamos a nos relacionar com a nossa experiência em termos de “meu” e “não meu”; “o que eu tenho” e “o que eu não tenho”; e “o que eu quero” e “o que eu não quero”.
Imagine, por exemplo, que enquanto você está dirigindo seu carrinho bem velho e decaído pela estrada, passe por você um carro novo e luxuoso – um Mercedes ou um Rolls-Royce que acabou de ser amassado em um acidente. Você poderia até sentir um pouco de pena do proprietário, mas não necessariamente sentiria qualquer ligação com o automóvel. Poucos meses depois, vendo-se na posição de trocar o seu velho carro, vai visitar uma loja de carros usados e encontra disponível um Mercedes ou Rolls-Royce por um preço inacreditável! Na verdade, é o mesmo automóvel que você viu amassado no acidente meses antes, mas assim que assina o contrato, isso não importa. O carro é seu agora – e ao dirigi-lo de volta para casa, uma pedra bate e trinca o para-brisa. Tragédia! Meu carro está arruinado. Eu tenho que gastar para consertá-lo!
É o mesmo carro que você viu amassado em um acidente alguns meses atrás, e então não sentiu nada ao passar por ele. Mas agora é o seu carro, e se o para-brisa estiver trincado, você sente muita raiva, frustração e talvez um pouco de medo.
Então, por que simplesmente não paramos com isso? Por que não abrimos mão dos venenos e das suas “crias”?
Se fosse assim tão fácil, é claro, todos nós seríamos Budas antes que pudéssemos chegar ao final desta frase!
Segundo os ensinamentos do Buda e os comentários de outros mestres, o Três Venenos e todos os outros hábitos emocionais que surgem a partir deles não são, em si mesmos, as causas do sofrimento. Ao contrário, o sofrimento surge do apego a eles, que é o mais próximo que podemos chegar do significado essencial da palavra dzinpa em tibetano. Conforme foi mencionado anteriormente, essa palavra é geralmente interpretada como um “impulso de agarrar”, mas também já ouvi a tradução de “fixação”, que penso ser a que mais se aproxima do significado profundo do termo. Dzinpa é uma tentativa de fixar no tempo e no espaço o que está em constante movimento e mutação.
“Tal como matar borboletas”, disse uma de minhas alunas.
Quando perguntei o que queria dizer com isso, ela descreveu as pessoas que têm o hobby de caçar e matar borboletas, e depois fixar seus corpos em telas de vidro pelo puro prazer de olhar para a sua coleção ou mostrá-la aos amigos.
“Criaturas tão lindas e delicadas”, disse ela com tristeza. “Elas são feitas para voar. Se não voarem, não são realmente borboletas, não é?”
De certa forma ela estava certa.
Quando ficamos fixados em nossas percepções, perdemos nossa capacidade de voar.
Este foi um trecho do livro "Alegre sabedoria", de Mingyur Rinpoche
]]>Estamos sempre procurando novos parceiros para vender nossos livros. Se você conhece um centro de Dharma, uma sala de meditação ou uma escola de yoga que tenha uma lojinha, considere indicar a Lúcida Letra.
]]>Estamos sempre procurando novos parceiros para vender nossos livros. Se você conhece um centro de Dharma, uma sala de meditação ou uma escola de yoga que tenha uma lojinha, considere indicar a Lúcida Letra.
Quando uma pessoa compra um livro na lojinha, tanto a editora quanto o local são apoiados. Isso é importante porque ajuda a garantir que a editora continue a publicar livros de qualidade e que apoiam a prática e a preservação das tradições budistas.
Se você conhece alguém que trabalha ou é voluntário em um espaço como esses, o que acha de indicar a Lúcida Letra? Você pode indicar o site ou o nosso Instagram (@lucidaletra) e eu mesmo respondo as mensagens.
Alguns espaços onde é comum encontrar lojinhas:
Posso ajudar a selecionar os livros com maior potencial de conexão com o público de cada espaço (como livros budistas, livros de meditação para iniciantes, livros para crianças etc.).
Abraço grande,
No Dharma,
Vítor Barreto
]]>Lama Shenpen Hookham
A relação com professores é uma área de constantes dúvidas entre praticantes budistas. Não só por causa da diferença de uso dos termos lama, professor e guru, mas também de dúvidas com relação ao papel esperado do professor, à forma como as sanghas se estabalecem, à dificuldade de acesso e às diferenças culturais.
O livro "O princípio do guru", da Lama Shenpen Hookham ajudará muito! A leitura é agradável e acessível, e autora aborda questões muito presentes entre praticantes, como:
Abraço grande,
No Dharma,
Lamas genuínos não serão de benefício a não ser que haja discípulos apropriados que, depois de examinar cuidadosamente as qualidades do lama, passam a confiar nele. Os discípulos, então, deveriam ter três tipos de fé no lama. Fé confiante, ou confiança, significa que, ao seguir o lama, nós confiamos que não seremos enganados por ele; e mais, nós sentimos, ao confiar neste lama, que não haverá nada que não possamos fazer. Fé inspirada significa que, quando nós encontramos o lama, ficamos naturalmente felizes e, por meio dessa alegria, a fé surge em nós. Fé ardente refere-se ao desejo, para nós e para os outros, de sermos livres do samsara e de alcançar o nirvana. Somos levados a tomar refúgio por uma apreciação de quão profundos são os objetos de refúgio e, em consequência, essa fé ardente continua a surgir e a nos inspirar enquanto trilhamos o caminho. Além dos três tipos de fé, os discípulos qualificados também precisam ter compaixão, que é o desejo de que todos os seres vivos sejam livres do sofrimento e de suas causas. Vendo que eles estão presos nas profundezas do sofrimento, a compaixão do praticante anseia em libertá-los. Todas essas qualidades de fé mais a compaixão tornam um discípulo digno de méritos.
Uma outra maneira de descrever um bom discípulo é pela metáfora do vaso apropriado. O néctar dos deuses, por exemplo, pode ser maravilhoso em si, mas para permanecer o que é, o néctar tem que ser derramado dentro de um vaso que esteja livre das três falhas. O vaso poderia estar invertido e, dessa maneira, nada poderia entrar; poderia ter rachaduras que fariam com que o conteúdo vazasse; poderia não estar limpo, poluindo o que fosse derramado dentro dele. O que é preciso é que haja um vaso que esteja em pé sem rachaduras ou poluentes. Um discípulo que tem os três tipos de fé, que tem compaixão e que está livre dessas três falhas é considerado um vaso apropriado. Aqui, no caso do discípulo, o adorno é a devoção genuína, que significa que o discípulo pensa no lama como um buddha. Então, o relacionamento ideal discípulo-mestre é entre um lama genuíno que possui todas as qualidades necessárias e um discípulo merecedor que tem fé, compaixão e a capacidade de reter e praticar os ensinamentos.
[...] o termo bodhichitta pode ser traduzido como “coração desperto” ou “mente iluminada”. Isso ocorre porque a palavra sânscrita chitta é usada de várias maneiras, algumas das quais se traduzem melhor em inglês como “mente”, outras como “coração”. Ao longo desse livro, tendo a me referir à transmissão em termos da introdução à verdadeira natureza da mente; a maioria dos tradutores faz isso. Temos aqui outro exemplo de como a ambiguidade em um termo sânscrito ou tibetano permite uma alternância entre os diferentes sentidos daquilo que em inglês seria traduzido como “coração” ou “mente”, ou ambos. Uma vez que o tradutor tenha escolhido um ou outro, ele fixa o significado de uma forma que não está fixada no original.
É uma pena que ao falar constantemente sobre a verdadeira natureza da mente, o leitor ocidental perca a noção de que tudo se refere ao coração. Tanto em inglês quanto em português, coração automaticamente indica amor e compaixão. Isso se relaciona naturalmente com a ideia de um coração puro ser um coração sábio, honesto e bom, confiante e digno de confiança. Todas essas conotações se perdem se nos referirmos apenas à natureza da mente. Um dos efeitos disso é que o budismo como um todo começa a soar como uma ciência sobre cognição e conhecimento. Há uma tendência de procurar a mente na cabeça e no cérebro, e supor que os cientistas saberão mais sobre ela do que nós pela nossa experiência. Apesar dessa desvantagem, tendo a continuar usando a expressão “indicar a verdadeira natureza da mente”, sabendo muito bem que os tibetanos fazem um gesto apontando para o peito, enquanto os ocidentais tendem a apontar para algum lugar em torno da cabeça. Os tibetanos vão automaticamente associar isso à amor, compaixão, fé e devoção, enquanto os ocidentais precisam continuar se lembrando de que o coração é a chave para compreender a “natureza da mente” neste contexto.
]]>Em resumo:
“Os desafios que enfrentamos no século 21 exigem uma nova forma de liderança. Não basta mais ser um especialista e ter todas as respostas. Para liderar de forma eficaz, precisamos incorporar sabedoria e compaixão em todos os aspectos de nossas vidas.”
—Yongey Mingyur Rinpoche
Nos dias 2 e 3 de junho, Yongey Mingyur Rinpoche, Bill George e Ya Ping Chang vão oferecer um workshop inédito para compartilhar descobertas de suas próprias jornadas de vida e ferramentas práticas para cultivar uma liderança compassiva e sábia, capaz de navegar pela infinita complexidade do mundo atual.
Se você trabalha em qualquer posição no mundo corporativo ou acadêmico, com tecnologia, saúde, esporte, ciência, arte ou educação, dentro de uma organização ou como autônomo, este workshop vai te ajudar a fortalecer suas habilidades de liderança.
Na verdade, este workshop não é apenas para quem tem papéis de liderança, mas para qualquer pessoa interessada em liderança, pois em algum momento da vida todos nós estaremos na posição de liderar algo ou alguém.
Cultivar sabedoria e compaixão revigora nossa própria saúde mental e aumenta nossa capacidade de conduzir equipes e apoiar as pessoas em um ambiente emocionalmente saudável. Sabemos que o sofrimento relacionado ao trabalho é enorme, e o maior antídoto para isso é a formação de líderes que tenham como prioridade o bem-estar coletivo.
Será maravilhoso se tivermos muitos participantes do Brasil!
O evento será on-line, com tradução simultânea para o português. Caso não possa participar ao vivo, vale se inscrever ainda assim, pois as gravações serão publicadas em até 72 horas após a última sessão e ficarão disponíveis por 2 meses após o término do workshop.
Se houver algum obstáculo financeiro, você pode escolher a taxa reduzida e depois usar o seguinte código que dá 50% de desconto: PT602
No vídeo acima, Cortland Dahl nos conta um pouco mais sobre Mingyur Rinpoche, Bill George, Ya Ping Chang, além de explicar como será o evento.
Como diz Cortland, essa será a primeira vez que esses três líderes estarão ensinando juntos e talvez isso não se repita. É uma oportunidade excepcional. E você pode nos ajudar a estender o convite a todos os líderes que estão próximos de você! Basta encaminhar essa mensagem para eles.
Se tiver qualquer dúvida, nos escreva para que possamos conversar.
Um abraço com alegria,
Comunidade Tergar Brasil
O que leva uma jovem bibliotecária de Londres a embarcar em um navio para a Índia, meditar sozinha em uma caverna remota por doze anos e depois construir um próspero monastério nos Himalaias? Como uma surfista de Malibu se torna a líder da principal organização internacional para mulheres budistas? Por que a filha de um executivo da música, em Santa Monica, sonha tão intensamente com pavões em uma noite que persegue essas imagens até o Nepal, onde encontra o amor de sua vida? Essas são algumas das biografias fascinantes deste livro: doze histórias de coragem, determinação e sabedoria.
As mulheres apresentadas em O poder das Dakinis são universalmente reconhecidas como praticantes realizadas e professoras brilhantes, e trazem novos insights sobre o budismo no Ocidente. Esta obra concentra-se especificamente em professoras contemporâneas do budismo tibetano, tanto ocidentais quanto asiáticas, que ensinam no Ocidente.
Todas as doze mulheres seguiram sua intuição, contra tudo e contra todos, tomaram decisões radicais e algumas vezes tiveram que lutar por sua sobrevivência para terem a vida que imaginaram. Todas foram criticadas em um momento ou outro — por serem muito conservadoras ou muito rebeldes, muito feministas ou não feministas o suficiente —, mas todas sobreviveram com imensa bravura. Que inspiração as histórias dessas mulheres oferecem aos
buscadores espirituais modernos!
Algumas dessas professoras, como Dagmola Sakya, Tsultrim Allione e Elizabeth Mattis-Namgyel, são mães e lutaram para criar seus filhos enquanto trabalhavam e encontravam tempo para seu caminho espiritual. Outras, como Tenzin Palmo, Pema Chödrön e Karma Lekshe Tsomo, nasceram em centros movimentados do Ocidente, mas decidiram se tornar monjas e trocaram seus nomes ingleses de nascimento por nomes de ordenação tibetanos. Algumas como, por exemplo, Dagmola Sakya e Khandro Tsering Chödron, revelam vislumbres fascinantes do Tibete pré-comunista anterior à invasão chinesa que as catapultou para o exílio. Chagdud Khadro, Thubten Chodron e Sangye Khandro foram criadas no Ocidente, e uma necessidade inexplicável as levou a atravessarem o Afeganistão e o Paquistão para chegarem à Índia em frágeis ônibus internacionais. Por outro lado, Khandro Rinpoche, uma das poucas mestras tibetanas encarnadas, nasceu e foi treinada na Índia, mas depois mudou-se para os Estados Unidos para investigar a louca mente ocidental. Roshi Joan Halifax juntou-se ao movimento pelos direitos civis e esteve envolvida na contracultura dos anos 60 antes de encontrar sua vocação para ajudar os moribundos. Ela é uma professora do Zen, incluída neste livro devido aos seus fortes laços com professores tibetanos e práticas tibetanas básicas.
Originalmente, a história da vida de Khandro Tsering Chödron deveria ser o capítulo de abertura deste livro, mas infelizmente ela morreu durante minha pesquisa. O último capítulo deste volume, agora, é uma homenagem de despedida a ela, destacando sua herança como as lições que podemos aprender da vida e da morte de uma praticante altamente realizada.
Raramente encontramos alguém que nos toca profundamente até o âmago e que incorpora uma sabedoria profunda que realmente nos transforma. Para mim, as mulheres incluídas neste livro são mestras extraordinárias. Todas são mulheres altamente instruídas e experientes. Algumas delas publicaram livros que recomendo que você leia. Mas o que acho mais inspirador é como elas vivem a sabedoria budista no dia a dia como se comportam não apenas no trono em que dão ensinamentos, mas em situações pessoalmente desafiadoras, como lidam com coisas complicadas como morte, divórcio, traição e perda.
O que podemos aprender com essas mulheres? Como elas lidam com as diferenças culturais? Como elas lidam com os aspectos mais controversos do budismo? As ocidentais entre elas arriscaram se afastar de suas famílias e amigos mais próximos ao mergulharem suas vidas em uma cultura estrangeira. Com frequência, isso exigiu mudanças de vida radicais e, muitas vezes, elas arriscaram suas próprias vidas. O que encontraram em suas jornadas? Será que o preço que pagaram valeu a pena para elas?
Embora eu seja formada e tenha doutorado em jornalismo, também sou uma estudante do Dharma. Minha intenção é homenagear as vidas e as realizações dessas mulheres pioneiras do budismo no Ocidente, sobretudo porque elas parecem ter superado obstáculos com que muitos se debatem, inclusive eu. Encontrei força e coragem em sua amizade e ensinamentos.
Tanto como acadêmica quanto como jornalista, fui treinada para fazer reportagens “neutras”, mas este não é um livro neutro e “objetivo”. Nas duas décadas em que trabalhei como escritora, também aprendi que a objetividade é, de qualquer maneira, uma meta impossivelmente distante porque nossas biografias inevitavelmente colorem nossa experiência. É simplesmente mais honesto afirmar de saída que meu interesse é pessoal e que toca o meu coração. Cada capítulo é baseado em encontros pessoais com as professoras, e algumas delas conheço há muitos anos. Às vezes, elas me indicaram ensinamentos que haviam dado em outros lugares, e demonstrei respeito pelo tempo delas tentando não prolongar as entrevistas com perguntas que haviam respondido em outros lugares. Aceitei os pedidos de exclusão de alguns materiais pessoais e adaptei algumas seções para proteger a identidade de fontes cuja situação política poderia ser precária. Minhas notas ao fim de cada capítulo fornecem detalhes mais completos.
Este livro é um trabalho de amor. Embora sua verdadeira essência não possa ser capturada com meras palavras, aspiro homenagear essas mulheres notáveis e oferecer-lhes o respeito que merecem por seguirem seus sonhos até o fim. Peço desculpas sinceras caso tenha cometido algum erro ou deturpado o seu trabalho de alguma maneira.
Fui introduzida ao budismo no outono de 1996 quando, após uma grave crise de saúde aos 26 anos, tirei três meses de minha vida agitada como repórter e reservei uma passagem para dar a volta ao mundo, incluindo Índia, Sri Lanka, Maldivas e Butão. As Maldivas eram para mergulhar com tubarões, a Índia para ioga e mercados, o Sri Lanka para massagens com óleo, e o Butão — bem, aquele minúsculo reino do Himalaia apareceu aleatoriamente porque um amigo o elogiou como um “destino realmente exótico”, mas difícil de entrar. Isso foi o suficiente para despertar minha curiosidade. Eu sabia muito pouco sobre o budismo na época, mas acatei o conselho do amigo de que os butaneses não gostavam de hordas de turistas ignorantes. Eles exigiam que sua religião oficial fosse levada a sério. Apenas os budistas teriam permissão para entrar nos templos mais “legais” e sagrados, disse ele. Antes de embarcar no minúsculo avião para voar pelos Himalaias, obedientemente me sentei nas praias das Maldivas para estudar um árido guia de arte budista. O alegre meditante dourado na postura de pernas cruzadas em lótus era o Buddha, fácil de entender. O aventureiro com o tridente e o chapéu engraçado chamava-se Padmasambhava, venerado como o pioneiro do budismo tibetano. Memorizei o nome da pacífica senhora branca nua com o lótus em sua mão esquerda como Tara, a Buddha da Compaixão.
Embora eu sempre tenha sido fascinada pelas ideias budistas, não estava muito interessada em um significado mais profundo. Apenas colecionava memórias exóticas. Inesperadamente, no Butão, os desenhos das deidades dançantes ganharam vida. As pinturas vibrantes nos templos em locais isolados tocaram um lugar mais profundo em meu coração. Algo dentro de mim se conectou às explosões de cores e mantras que encontrei durante a caminhada. Minha mente mudou para uma consciência aguda que eu nunca tinha conhecido, um vislumbre em primeira mão do que os tibetanos chamam de “natureza da mente” — a simplicidade nua da consciência além dos conceitos. Com rachaduras irreparáveis nas paredes sólidas da minha antiga percepção, eu não poderia ter voltado à minha vida antiga, mesmo se quisesse. Vim como turista, saí como peregrina.
Incapaz de descobrir o que exatamente causou essa transformação, fiquei cativada demais para descartá-la como uma miragem de turista. Minha mente foi tocada com profundidade suficiente para indagar do que se tratava aquela cultura de sabedoria tão única. Por que havia tantas deidades, que insights aquelas enormes bibliotecas guardavam? Fiquei intrigada com os professores tibetanos que conheci. Eles eram duros, mas brincalhões. Não aceitavam coisas sem sentido, mas seus rostos mostravam sorrisos suaves. Irradiavam um destemor alegre por meio de sua presença poderosa que era radicalmente diferente do nervosismo da minha redação. Eles sabiam de algo que eu precisava saber. A mente é a criadora da felicidade e do sofrimento, eles diziam, e podemos aprender a nos emancipar da mudança incontrolável dos eventos externos, conhecendo a nossa mente e a sua natureza. Eu, de fato, voltei ao jornal, mas, durante minha missão seguinte na Ásia, enviei minha demissão por fax, de uma cabana de correio nepalesa precária, para meu chefe estupefato: “Obrigado por todo o seu apoio. Eu não vou voltar.”
Fiquei profundamente interessada na exclusiva ciência tibetana da mente. Em uma sessão simples de meditação sentada, por 20 minutos, logo percebi que minha noção de ter controle sobre minha própria mente estava mascarando uma inabilidade mais profunda — emoções e pensamentos se infiltram continuamente, agitando a mente, que não obedece a nenhum comando. Os ensinamentos do Buddha trazem uma promessa incrível: todos nós podemos reconquistar o assento do motorista se apenas prestarmos atenção — e se entendermos que nunca houve um motorista. O insight até hoje revolucionário do Buddha é que somos o que pensamos — a realidade é aquilo que criamos em nossa mente, e realmente não há limite para a profundidade do potencial da mente. Logo nas primeiras semanas, me inscrevi em um curso de filosofia budista em Katmandu, capital do Nepal, para estudar tibetano e sânscrito. Em meu tempo livre, caminhava pelas montanhas, tentava me sentar de pernas cruzadas em mosteiros remotos com vista para o Himalaia e me sentia mais feliz do que nunca.
Antes da experiência no Butão que transformou minha vida, quando ainda morava na Europa, pensava estar no topo do mundo. Na superfície, tudo estava indo muito bem e eu achava que tinha tudo. Ainda assim, um fato desagradável continuava me incomodando como uma pequena pedra no sapato, por mais que eu tentasse ignorá-lo: eu não estava feliz. Na verdade, estava deprimida. Como isso era possível? Eu sabia com certeza que um emprego de maior prestígio, um namorado mais bonito ou um salário mais alto não proporcionariam mais felicidade. A primeira Nobre Verdade que o Buddha ensinou ressonou com aquela profunda insatisfação que sentia na minha vida muito afortunada: “A vida é sofrimento”, disse ele 2.500 anos atrás, e agora eu reconhecia que a primeira Nobre Verdade não se referia apenas à fome na Somália ou a diagnósticos de câncer, mas descrevia com compaixão um fato fundamental da vida.
E ainda mais importante: o budismo oferecia um caminho completo para realizar o que meu trabalho como jornalista não conseguiu: reduzir o sofrimento. Sempre foi bem claro para mim por que eu queria me tornar uma jornalista política. O meu objetivo era mudar o mundo. Tendo sido criada por pais amorosos em uma vila idílica na Baviera, com apenas 250 habitantes, três fazendas, uma igreja e um bar, eu estava intensamente ciente de como o início a minha existência havia sido privilegiado, e jurei usar meus textos para dar voz àqueles que não tiveram isso. No entanto, certamente meu projeto de mudar o mundo estava progredindo mais lentamente do que eu esperava. A mudança social não acontecia tão rápido quanto eu a descrevia nos meus textos. Meu entusiasmo juvenil por tornar o mundo um lugar melhor, palavra por palavra, estava diminuindo.
O budismo, então, ofereceu uma alternativa revolucionária: o ideal do bodhisattva no budismo tibetano fala de um guerreiro ou guerreira que busca compassivamente a liberação não para si mesmo, mas para o bem de todos os seres sencientes. E a liberação do sofrimento, uma promessa do caminho budista, era principalmente um assunto da mente, uma revolução interna. Então, meu imperativo mudou de expor governos corruptos para expor a corrupção da minha própria mente.
Assim, há dezessete anos, troquei abruptamente meu primeiro imóvel em Munique por um pequeno quarto em um terraço em Katmandu. Fui morar com uma família tibetana que acabara de escapar do terror chinês e mergulhava de coração neste novo mundo estrangeiro. Continuei trabalhando como repórter de TV e mídia impressa, mas meu foco havia mudado. Mandava reportagens para as revistas de luxo da Índia, Nepal e Butão suficientes para financiar meus estudos e retiros. Surpreendendo até a mim mesma, não fui desencorajada pelos ensinamentos pouco familiares sobre reencarnação e a natureza da mente; pelo contrário, finalmente eles deram respostas às perguntas que eu nutria desde criança: como chegamos aqui? Qual é o propósito da vida?
Quando o líder espiritual dos tibetanos, Sua Santidade o Décimo Quarto Dalai Lama, oferece palestras públicas no Ocidente, muitas vezes a primeira coisa que ele enfatiza é que os participantes não devem abandonar prontamente suas próprias religiões. Como uma budista recém-chegada que cresceu como católica, aquele conselho me intrigava. Porém, uma década adiante no caminho, depois de voltar para a Europa, as diferenças entre a cultura ocidental e a asiática tornaram-se mais óbvias para mim, e pude sentir em primeira mão como era desafiador ter um pé em cada um dos dois mundos. Inesperadamente, minha pesquisa acadêmica trouxe nitidamente o atrito entre a análise racional e a fé religiosa para o primeiro plano, mesmo em uma tradição que se orgulha de se basear na lógica.
Quanto mais me aprofundava no estudo, mais rapidamente me aproximava de um ponto de ruptura predeterminado, uma colisão inevitável entre a minha educação ocidental e a cultura asiática tradicional. Como uma mulher em meio a uma tradição patriarcal, uma acadêmica em meio a uma religião que exige devoção, eu me sentia esbarrando em muitas questões, desafios e exigências que achava difícil conciliar.
Certamente outras mulheres encontraram desafios semelhantes, pensei, e ainda assim elas seguiram em frente, não desistiram. Busquei suas histórias em um momento difícil de minha vida, quando estava em uma batalha contra uma doença crônica e lutando contra alguns dos aspectos mais ultrajantes do budismo tibetano. Transplantar uma tradição antiga de cavernas remotas na Ásia para a megalópole de Los Angeles, onde moro agora, vem acompanhado das dores do crescimento. É um teste de tração que sonda a flexibilidade de nossas mentes e a força de uma tradição. As respostas que recebi dessas professoras abrangem todo o espectro de soluções possíveis, desde a afirmação conservadora sincera de que a tradição de sabedoria, de fato, funciona exatamente como funcionava há mil anos, se praticada de forma correta, até os apelos progressivos por reforma.
Conhecer essas mulheres me deu coragem e inspiração, novos insights e entusiasmo. Espero que, ao conhecê-las neste livro, vocês se sintam inspirados da mesma forma a abandonar velhos medos, explorar novos caminhos e ouvir o sussurro de sua voz interna com confiança.
Michaela Haas
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Queridos amigos de caminhada, gasshō! 😊🙏🏻
Na próxima sexta feira, dia 1º de julho, será oficialmente lançado o 2º livro do Crescendo Zen, continuação do trabalho desenvolvido no primeiro livro, desta vez abrangendo atividades para crianças acima de 8 anos e adultos. Esse lançamento será presencial, em Goiânia, mas nem todos poderão estar aqui para dividir mais esta alegria comigo. Por isso, teremos um lançamento ONLINE, transmitido ao vivo pelo YouTube, no dia 2 de julho, sábado às 18h.
Para esse momento, eu quis não apenas anunciar o lançamento deste novo livro, mas trazer à tona uma discussão que entendo - como praticante e observadora de movimentos - necessitar de um olhar mais cuidadoso por todos nós: "Os rumos do ensino de meditação secular no Brasil".
Muitos praticantes e Mestres já compreenderam essa necessidade, que é social, e vêm se movimentando com grandeza e coragem nesse sentido, não deixando de lado, os fundamentos que nos norteiam, em cada vertente do Budismo.
Para esse encontro, convidei três queridos Mestres e amigos, que vêm trilhando esse caminho de expansão da linguagem e prática, e que, com coração grandioso e generoso que sempre têm com o Crescendo Zen e seu movimento, aceitaram participar: Monja Coen Rōshi, querida Mestra de todos nós, que faz um trabalho inigualável de acesso amplo e irrestrito do Zen para todos; Monge Berti Ekō, queridíssimo Abade do Mosteiro Eishōji, educador de uma vida com amplo poder de visão da necessidade de uma educação dentro de princípios que nos levem ao conhecimento de nós mesmos; e Fernando Leão, aluno do Lama Samten, um amigo que é um presente e presença constante, referência nacional em Educação para os sentidos, todos eles.
A publicação do volume 1 do Crescendo Zen foi fruto de um prêmio internacional da Khyentse Fundation e Ashoka Grants, e este volume 2 que agora lançamos, ambos pela Lúcida Letra, é fruto de um prêmio nacional da Lei Aldir Blanc.
Sempre entendi esse Projeto como uma responsabilidade social de todos nós, enquanto sociedade que precisa começar a tratar de saúde e qualidade mental de vida de forma mais ampla desde a infância. Por isso, sempre peço apoio onde vejo pessoas apoiando. Gratidão!
Dentro de todo esse movimento, um trabalho com a Secretaria de Educação e Secretaria de Ação Social será feito para a doação de 1.000 livros para a Rede Estadual de Ensino e capacitação mínima dos professores. Colocaremos um livro em cada sala de aula, como já está sendo feito na Rede Municipal.
Estou muito feliz com tantas bênçãos recebidas e ficaria ainda mais se vocês pudessem vir ouvir esses Grandes Mestres e dividir alegrias comigo. Até lá!
Data: 2 de Julho, sábado
Horário: 18h
Ao vivo no Youtube: https://youtu.be/LF05M4LfcsI
10 de julho - 10h do Brasil
O ensinamento será em inglês com tradução para o português.
Sua Santidade Karmapa dará ensinamentos acerca da bondade amorosa para marcar a conclusão dos 10 dias de ensinamentos sobre Karma Chakme Rinpoche na KTD.
Informações e inscrições pelo link aqui.
]]>Caros irmãos e irmãs do Dharma,
O Samye Institute tem o prazer de anunciar que no 152º aniversário do Parinirvana do Grande Terton, Chokgyur Dechen Zhikpo Lingpa (30 de junho de 2022), Phakchok Rinpoche oferecerá generosamente um ensinamento à nossa sangha global. Este ensinamento é intitulado “A Importância dos Gurus e a Profunda Relação Guru-Discípulo”.
Como a relação guru-discípulo está no centro dos ensinamentos Vajrayana, este ensinamento é de grande valor para todos aqueles que estão iniciando e para aqueles que já estão no seu caminho de prática Vajrayana.
O Ensinamento ocorrerá às 17h45, horário do Nepal [9h, no horário de Brasília]
O ensinamento será ministrado em inglês e ofereceremos tradução para o português. Também será transmitido ao vivo pelo YouTube. Como o espaço do Zoom é limitado, se você não precisar de traduções, por favor, considere assistir o ensinamento através do link do YouTube. Por favor, registre-se para o ensinamento via Zoom, mesmo se você pretender assisti-lo no You Tube.
Se você precisar de tradução, tente chegar para o ensinamento entre 17h30 e 17h45, horário do Nepal (8:45 e 9:00 horário de Brasília). Se você chegar mais tarde, pode não haver espaço disponível.
Informações completas aqui.
]]>Cada um de nós tem sua posição; cada um de nós tem seu trabalho.
O grande milagre não é pular da cama quando meu filho chama,
Mas me pôr na horizontal na hora de dormir,
Na vertical quando acordo.
Por que você pula no meio da noite quando seu filho chama?
Há tantas coisas que fazemos sem planejar com antecedência; de fato, a grande maioria de nossas ações não requer nenhum pensamento. Se o pé esquerdo avança, o direito provavelmente segue, sem nenhuma consulta entre eles. Se um carro me fecha de repente, meu pé em geral acerta o freio automaticamente. Às vezes chamo essas ações de “moleza” porque não temos de pensar sobre o que fazer. Da mesma forma, nosso sistema digestivo funciona sem darmos ordens. Enquanto escrevo isto, meus dedos sabem exatamente por onde ir no teclado e, quando leio minhas palavras na tela, meu braço direito se mexe, colocando meu cotovelo na mesa. Como é que ele sabe que gosto de encostar a cabeça na palma da mão enquanto leio? Porque é moleza.
Os cientistas dizem que todos esses são comportamentos aprendidos, remontem eles à aula de autoescola de cinquenta anos atrás ou a fragmentos de memória armazenados em nosso DNA há alguns milhões de anos. Mas tudo chega à mesma coisa: a cada momento, a ação está ocorrendo sem uma ordem consciente nem nenhuma tomada de decisão minha.
Então, o que acontece quando seu filho chama de repente no meio da noite? Você provavelmente pula da cama para ver o que há de errado. Não se interrompe para se perguntar se deve fazer isso, se não está cansada demais, ou como vai levantar de manhã para ir trabalhar. Mais tarde, pode sentir sua exaustão e se perguntar como conseguirá atravessar o dia, mas no momento em que ouve aquele grito súbito, pula da cama.
Você faz isso toda vez? Meu marido me chama quando estou no meio de alguma coisa; o cachorro geme pedindo café da manhã quando ainda estou na cama; um amigo me convida para um filme. As situações que me deixam incerta ou relutante são as em que paro para pensar.
Um amigo compara isso a ir à biblioteca. Algumas coisas aprendemos indo à biblioteca, mas muitas outras sabemos fazer por nós mesmos. As perguntas que fazemos ao bibliotecário, ou a nossa consciência, são as que nos deixam confusos. Uma moradora de rua pede uma esmola — o que faço? Meu pai está desenvolvendo Alzheimer enquanto ainda jovem — o que faço? Alguém diz eu te amo ou não te amo mais — o que faço?
Fazemos parte de um fluxo de chamada-e-resposta. Quando seguimos esse fluxo de maneira natural, suave e desobstruída, não estamos lutando contra nossos pensamentos nem sentimentos, não estamos lutando contra nós mesmos; fazemos apenas o que está a nossa frente sem distração.
Há um koan famoso sobre o vento agitando a flâmula de um templo. Dois monges discutem sobre isso, um dizendo que a flâmula está se movendo e o outro insistindo que é o vento. Passando ali, Huineng, mestre Chan do século VII, diz: “Não é nem o vento nem a flâmula que se move. É sua mente que está se movendo.”
A vida se manifesta. O vento faz o que faz, a flâmula faz o que faz, e nossa mente entra em parafuso, fornecendo nomes, rótulos e descrições: o vento está se movendo! Não, a flâmula está se movendo! — e então a mente começa a discutir consigo mesma.
O que nos confunde? Não as coisas em si mesmas, mas nossos sentimentos, julgamentos e preferências, que inflam como grandes balões e nos levam embora. Quando a mente se acalma, você não vê com mais clareza? O fluxo de atividade não parece natural e orgânico?
Algumas pessoas se contorcem tentando entender tudo, convencidas de que, se pensarem e planejarem o suficiente, as coisas darão certo no final. A vida funciona independentemente. A questão é: onde está você? Está vivendo ou discutindo sobre a vida em sua mente?
Quando eu morava num bairro pobre do sudoeste de Yonkers, não podia ir para casa sem que me parassem para pedir dinheiro. A história que ouvia com mais frequência era de que a pessoa precisava de dinheiro para comprar fraldas para o bebê. Eu nunca sabia o que fazer. Havia muitos ingredientes no fogo: ideais de dar livremente, o fato de eu ter pouco dinheiro, raiva de pessoas que, eu tinha certeza, estavam me enganando, consciência da alta taxa de drogas e álcool onde morávamos, e a dificuldade que eu tinha de dizer não.
Um dia subi a colina e, como esperado, uma mulher me parou pedindo dinheiro para comprar fraldas para o bebê. “Vocês todos me contam a mesma história todo dia, não acredito numa palavra que você diz!”, falei finalmente. Ela sorriu e lançou-me um olhar atrevido. “Ok, mas você pode me emprestar uma de cinco?”
Olhei diretamente naqueles olhos petulantes e ri. Com apenas algumas palavras, ela me tirara daquele caldeirão de culpa e confusão, trazendo-me direto para aquele momento de encontro, cara a cara.
Não me lembro se lhe dei dinheiro ou não, só que meu riso foi moleza.
]]>Por que você se levanta ao som de seu bebê? Por que você vai à porta ao som da campainha? Por que coloca seu casaco no inverno? Por que faz o voto de salvar todos os seres?
Pode parecer que não há necessidade de outro livro de introdução ao budismo, uma vez que já existe uma infinidade de bons livros disponíveis no mercado, o que não era o caso há uma década. No entanto, depois de pensar um pouco, fui persuadido de que pode haver espaço para outro livro, um que apresente ao público em geral a forma tibetana de budismo na perspectiva da escola Kagyü, que é a segunda linhagem mais antiga do budismo tibetano. Parece-me que alguns livros introdutórios são muito elementares ou muito eruditos para serem imediatamente acessíveis aos iniciantes no budismo.
Além disso, ainda não vi um livro introdutório acessível, que torne os ensinamentos sobre os três yanas do budismo tibetano facilmente compreensíveis para um estudante totalmente iniciante ou mesmo para os mais experientes. Como escritor, há um dilema sobre até que ponto apresentar detalhes. Tentei manter esse difícil equilíbrio para que o texto não fosse nem muito superficial, nem muito denso e inacessível.
O texto — baseado em ensinamentos que dei na Austrália, Europa e Estados Unidos — está dividido em três partes, cada uma dedicada a um dos três yanas. Os capítulos 1 a 4 apresentam os princípios básicos dos primeiros ensinamentos budistas. Nos três primeiros, os ensinamentos sobre as Quatro Nobres Verdades e o treinamento budista sobre preceitos morais, concentração e sabedoria são discutidos em detalhes. O quarto capítulo é dedicado ao karma e ao renascimento, que é uma característica central dos ensinamentos budistas tibetanos tradicionais.
A segunda parte é dedicada aos ensinamentos Mahayana sútricos e aos ensinamentos Mahayana tântricos. Aqui, lido com os tipos de obstáculos, impedimentos e obscurecimentos que precisamos superar, os meios que empregamos para superá-los e o resultado depois de usarmos esses antídotos.
Isso é apresentado do ponto de vista das descrições sútricas e tântricas do caminho e dos estágios de desenvolvimento espiritual. A parte final é dedicada aos ensinamentos e à meditação, que é vista como a culminação do sistema dos três yanas do ponto de vista da tradição Mahamudra, considerada como indo além do próprio Tantra.
É meu desejo que este livro seja útil para os iniciantes e também para budistas experientes. Em minha mente, se apenas uma pessoa se voltar para o Dharma por ter lido este livro, vou me sentir mais do que amplamente recompensado.
11/12, 25/26 de junho de 2022
de 10h às 12h
Ao vivo pelo YouTube
No Ocidente, a palavra meditação abrange uma infinidade de perspectivas, métodos e objetivos diferentes. Mesmo no ambiente budista nacional, quando falamos em meditação, muitas vezes, não estamos cientes do método e do objetivo que estamos nos referindo.
Nessa nova série, ao vivo pelo YouTube, Lama Tartchin ensinará em dois finais de semana (11, 12 e 25, 26/junho) sobre as "meditações" do caminho budista.
Não há pré-requisitos para participação, nem necessidade de qualquer conhecimento sobre o budismo.
Os links de acesso da transmissão dos Ensinamentos pelo YouTube serão encaminhados por e-mail aos inscritos, no dia anterior à transmissão dos respectivos eventos.
O Instituto Samye tem o prazer de anunciar que no Dia Dakini do mês sagrado do Saga Dawa, quinta-feira, dia 23 de junho, Phakchok Rinpoche oferecerá um ensinamento à nossa sangha global com o tema “Praticando a Compaixão”.
Os ensinamentos concisos e essenciais do Rinpoche sobre esse aspecto fundamental do caminho Mahayana, beneficiarão todos os alunos independentemente de seu caminho, nível ou prática.
O ensinamento ocorrerá às 17h45 (horário do Nepal), ou seja, 9h no Brasil (horário de Brasília), com previsão de terminar às 11h15.
CLIQUE AQUI PARA SE INSCREVER NESTE ENSINAMENTO
O ensinamento será ministrado em inglês e ofereceremos tradução para o português. Também será transmitido ao vivo pelo YouTube.
Como o espaço do Zoom é limitado, se você não precisar de traduções, por favor, considere assistir o ensinamento através do link do YouTube.
Por favor, registre-se para o ensinamento via Zoom, mesmo se pretender assistir ao ensinamento no You Tube.
Se você precisar de tradução, tente chegar para o ensinamento entre 17h30 e 17h45, horário do Nepal (8h45-9h, horário de Brasília). Se você chegar mais tarde, pode não haver espaço disponível.
Para fazer uma doação e apoiar o instituto, clique aqui.
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Com tradução para o português! Caso não consiga participar de tudo ao vivo, as gravações ficam disponíveis por um período.
Serão 3 ensinamentos de duas horas cada com a Lama Elizabeth Mattis Namgyel, incluindo perguntas e respostas, além de meditações guiadas por alunos experientes.
Muitas vezes pensamos no caminho do bodhisattva como um caminho de crescente compaixão e ternura. Isso é verdade. No entanto, também é um caminho para cultivar a coragem, aprender a estabelecer limites saudáveis e desenvolver uma determinação feroz de servir aos outros que transcende a história de “eu sou bom”. O caminho do bodhisattva nos treina para avançar com confiança inabalável e nos tornar grandes o suficiente para o nosso mundo.
O programa Mahayana Essentials deste ano é um programa de transmissão ao vivo apresentado por Pema Osel. Elizabeth dará três palestras que incluirão perguntas e respostas. No sábado e no domingo haverão sessões de meditação guiada de meia hora antes das palestras da manhã. Haverá também grupos de discussão antes da palestra de sábado à tarde. Todas essas sessões serão hospedadas no Zoom e lideradas por alunos seniors (essas sessões serão apenas em inglês, sem tradução).
Os rendimentos deste programa apoiam Pema Osel, o centro de Mangala Shri Bhuti em Vermont, onde Elizabeth geralmente dá esses ensinamentos pessoalmente. Para sustentar nosso orçamento anual, esperamos que a maioria das pessoas possa pagar o valor total. No entanto, ninguém será recusado por razões financeiras. Se você não puder pagar integralmente, não deixe que isso seja um obstáculo. Contacte-nos aqui até 21 de maio para mais informações sobre as opções de pagamento.
Contato para Brasileiros: cerys@middlewayinitiative.org
Contato para os demais: pemaosel@mangalashribhuti.org
Para os membros da sangha brasileira este programa está oferecendo um desconto para a transmissão ao vivo. Isso não inclui as gravações ou o conjunto de estudos. Para receber este desconto entre em contato com Cerys Tramontini em cerys@middlewayinitiative.org.
Para brasileiros, inserir Promo code EMN40APRIL, para obter desconto e pagar o ingresso de $ 40
Prossiga com as informações do cartão de crédito para finalizar sua compra.
]]>Atualizarei este post conforme mais informações se tornarem disponíveis.
Até agora, temos (informações copiadas do site da Tergar Brasil):
Para as palestras públicas teremos mais informações e abertura das inscrições em breve. Para o retiro, apenas quem já recebeu ensinamentos do Caminho da Liberação 1 (“Todos os fenômenos surgem da mente”) pode se inscrever.
✓ Palestra pública “O Poder da Prática de Deidade”
30 de junho de 2022, quinta, às 19h
Chagdud Gonpa Odsal Ling – Rua dos Agrimensores, 1461 – Cotia, SPInscrição no site do Odsal Ling →
✓ Palestra pública “Encontrando a Paz em Tempos de Incerteza”
1º de julho de 2022, sexta, às 12h (meio-dia)
Sírio Libanês – Rua Professor Daher Cutait, 69 – Bela Vista, São Paulo, SP
Inscrição em breve!
3 de julho de 2022, domingo, das 19h30 às 21h30
Tibet House Brasil / Palas Athena
Inscrição gratuita, mas é possível fazer uma doação aqui. Devido ao tamanho do espaço, há apenas 80 vagas e o uso de máscara é obrigatório. Formulário de inscrição aqui →
✓ Retiro de ensinamento budista* “Mente e Vacuidade: Caminho da Liberação 2”
1, 2 e 3 de julho de 2022: sexta das 14h às 21h, sábado das 8h às 22h e domingo das 8h às 18h
Rua São Joaquim, 460, 3º andar – Liberdade, São Paulo, SP
*Há pré-requisito para a participação: você está qualificado a participar apenas se você já recebeu o ensinamento Caminho da Liberação Nível 1 (seja em um dos retiros que aconteceram online, em 2021 e 2022, ou presencialmente em um dos retiros que aconteceram em São Paulo, em 2018 e 2019). Não é necessário ter concluído o dever de casa, ou seja, a acumulação de prática, apenas ter recebido o ensinamento do Caminho da Liberação Nível 1 em pelo menos um desses retiros. Esse pré-requisito foi definido juntamente com o próprio Rinpoche. Portanto, pedimos por favor que você honre-o. Obrigado!
** Para quem já recebeu o ensinamento do Caminho da Liberação Nível 2, é altamente recomendável que participe desse retiro para refrescar, refinar e aprofundar sua prática.
✓ Votos de Refúgio e Iniciação de Tara Branca
2 de julho, sábado, de 2022 às 19h
Rua São Joaquim, 460, 3º andar – Liberdade, São Paulo, SP
Inscrição encerrada. Se você vai participar do retiro, sua vaga na cerimônia já está garantida, não é preciso fazer outra inscrição. Se você não estará no retiro e deseja entrar na lista de espera da iniciação, por favor escreva para tergarbrasil@tergar.org
4 de julho de 2022, segunda, às 19h
Solar de Botafogo – Rua General Polidoro, 180 – Botafogo, Rio de Janeiro, RJ
Inscreva-se aqui no Eventbrite →
Se tiver alguma dúvida, por favor escreva para tergarbrasil@tergar.org
Que muitos possam se beneficiar da presença e dos ensinamentos de Mingyur Rinpoche. Até breve!
A Lúcida Letra publicou todos os livros do Rinpoche em português. São eles:
]]>Eu não consegui reunir fontes que indiquem a origem do Dia mundial da meditação, mas ao que tudo indica, a celebração é mesmo no dia 21 de maio.
Esse dia é um motivo extra para se falar dos benefícios da prática e trocar dicas de como meditar.
Em celebração a esse dia, eu quis trazer algumas dicas de livros para você que quer começar a meditar:
Esse livro, que foi bestseller do New York Times, é um daqueles livros que trazem todos os pontos porque você deveria conhecer a meditação. Desde as vantagens da meditação dentro do contexto da prática budista até os benefícios comprovados pela ciência moderna. O livro traz referências e experiências pessoais do autor e é um dos melhores livros que conheço para se fazer uma introdução à meditação como caminho.
No vídeo abaixo, eu li um trecho do prefácio de Daniel Goleman:
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Um livro que apresenta o que é a meditação e o que ela realmente pode fazer para nos ajudar a lidar com nossas mentes caóticas e deixá-las mais serenas, seja em casa ou no trabalho. O livro traz meditações guiadas no texto que você pode fazer em casa.
No vídeo abaixo eu li um trecho que descreve uma dessas meditações:
Clique aqui para comprar o livro "A mente serena"
Esse pequeno livro traz dicas muito práticas para você criar o hábito de meditar. A criação do hábito de se sentar diariamente por alguns minutos é, muitas vezes, o obstáculo principal das pessoas.
O livro fala dos horários, do espaço, da técnica, da motivação... Tudo de um modo bem direto, para trazer um entusiasmo para você começar a meditar.
Falei desse livro aqui:
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Abaixo você confere todos os livros de introdução à meditação publicados pela Lúcida Letra.
Espero que as dicas dos livros e os vídeos tenham sido úteis e boa prática!
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Para assistir, basta acessar este link às 11h.
A live também estará disponível no canal da Lúcida Letra no YouTube: https://youtube.com/lucidaletra
]]>Este não é um livro sobre um tipo unidimensional de treinamento de meditação. Em vez disso, este livro ensina como a essência intangível da meditação surge naturalmente quando alinhamos de modo adequado as condições corretas na nossa vida. Essa essência é compassiva e repleta de bem-aventurança, mas totalmente inconcebível; ainda assim, pode ser realizada. Você não vai querer isso?
Para obter esse entendimento da realidade que traz a total liberdade, precisamos praticar os ensinamentos básicos do caminho budista Mahayana. Não podemos nos concentrar em uma única técnica de meditação e esperar ter um resultado proficiente se a extrairmos do contexto da visão, meditação e conduta corretas. Em vez disso, devemos alinhar todas as dimensões da nossa vida com a prática autêntica. É a isso que no budismo chamamos de “trilhar o caminho”. Se formos capazes de alinhar nossa vida com a prática, não há dúvida de que realizaremos o coração aberto da verdadeira meditação.
Como em outros livros de Dharma, vamos encontrar aqui exercícios e métodos de meditação; mas também encontraremos as palavras diretas do Buddha, provenientes do Sutra Rei da Meditação, organizadas em um caminho de treinamento bem definido. O sutra em si tem quarenta capítulos, dos quais selecionei minhas citações favoritas e as compilei neste texto. Se dedicarmos tempo para refletir sobre essas passagens e aplicarmos as instruções e métodos oferecidos em cada capítulo, sem dúvida teremos resultados positivos. Afinal, estamos estudando e praticando as palavras do Buddha.
A menos que sejamos acadêmicos budistas com uma biblioteca de sutras, quantos dos nossos livros de Dharma realmente nos oferecem as palavras do Buddha? Lemos muitas citações de grandes mestres, mas com que frequência trabalhamos com as citações diretas do Buddha na nossa vida diária? Ao ler e saborear as palavras do Buddha, desenvolvemos confiança e a dignidade de poder conhecer o que ele ensinou com suas próprias palavras. Quando pessoalmente confio nos ensinamentos do Buddha, o insight sobre a realidade brota.
Este sutra não pertence a uma linhagem específica — pertence a todas. Podemos ter um interesse geral em meditação, ser um estudante da Soto Zen, do budismo tibetano ou de qualquer outra escola de budismo, e este ensinamento pode ajudar a nossa prática. Entretanto, o Sutra Rei da Meditação é uma escritura Mahayana, ou uma escritura da tradição Mahayana, o Grande Veículo dos ensinamentos do Buddha. O caminho Mahayana é chamado de “grande” porque tem como objetivo a liberação de todos os seres do sofrimento e porque leva à realização da vacuidade do eu e dos fenômenos.
O eixo central do caminho Mahayana é a bodhichitta, ou o despertar da mente da compaixão. A bodhichitta é dividida em termos das duas verdades da realidade — isto é, a verdade relativa e a verdade última. Bodhichitta relativa é a que treinamos enquanto estamos no caminho, e compreende ainda duas partes: a bodhichitta da aspiração e a bodhichitta da aplicação. A bodhichitta da aspiração refere-se ao cultivo dos estados mentais de bondade amorosa, compaixão, alegria e equanimidade, que são ilimitados. Por meio do treinamento nessas atitudes, nossa mente se torna altruísta e estável. A bodhichitta da aplicação refere-se à prática das seis perfeições: generosidade, disciplina, paciência, esforço alegre e meditação, todas essas englobadas pela sexta, a perfeição da sabedoria. Por meio do treinamento nessas perfeições, beneficiamos outras pessoas e criamos condições positivas na nossa vida que sustentam a nossa prática. Este livro nos ensina a unificar todas essas práticas para dar origem à bodhichitta suprema, que nada mais é do que o estado de iluminação completa, o samadhi supremo.
Estudei métodos de meditação pela primeira vez quando tinha dez anos, mas a prática não começou efetivamente até que eu tivesse dezesseis anos, e ainda assim passaram-se outros três anos até que eu começasse a experimentar benefícios reais, tal como me tornar mais atento e compassivo. Aos 21 anos, conheci o Sutra Rei da Meditação como parte dos meus estudos na universidade monástica Dzongsar Shedra, na Índia. No entanto, foi só aos 31 anos que realmente comecei uma exploração intensiva do texto, que se seguiu pelos últimos sete anos. Quando comecei a investigar o texto em detalhes, vi que muito do que vinha estudando, refletindo e praticando ao longo de minha vida estava diretamente relacionado a esse sutra. Também descobri que, nesse sutra Mahayana, o Buddha ensina métodos que usamos na tradição Vajrayana do budismo tibetano. Espero que, quando os praticantes Vajrayana reconhecerem seus métodos neste livro, aumentem sua confiança em sua própria prática.
Alguns de nós se consideram praticantes da tradição de meditação Mahamudra. Se esse for o seu caso, saiba que o caminho do Mahamudra é o resultado dos ensinamentos do Sutra Rei da Meditação. O sutra em si não é organizado como um manual tradicional do Mahamudra; tais manuais surgiram centenas de anos depois que este sutra foi escrito e foram desenvolvidos por grandes mestres tendo-o como base. Tradicionalmente, os manuais do Mahamudra fornecem 60 estágios sequenciais de prática. Este sutra não é assim. Em vez disso, inclui perguntas respostas entre o Buddha e os bodhisattvas — seres que percorrem o caminho do completo despertar por meio do cultivo da bodhichitta. O Sutra Rei da Meditação inclui instruções sobre como se comportar habilmente, como pensar habilmente e como usar o mundo aparentemente material como um suporte para o seu treinamento, bem como conselhos claros sobre como “sair da frente” para que sua sabedoria inata possa emergir naturalmente.
O sutra está cheio de histórias que penetram diretamente na essência da meditação, a que se refere como samadhi. Por milhares de anos, tem sido o livro que acompanha monges, monjas, iogues e praticantes leigos. Desejo que vocês aprendam a meditar usando essa fonte, que se conectem com o Buddha e comecem a treinar meditação exatamente como os mestres do passado o fizeram.
Assim como o famoso Sutra Rei da Meditação, o Buddha ensinou muitos sutras no Pico do Abutre. Na verdade, muitos dos ensinamentos aparentemente díspares do Buddha se complementam de uma forma impressionante. Por exemplo, podemos compreender a intenção deste Sutra Rei da Meditação observando como ele se relaciona com o popular Sutra do Coração.
O Sutra do Coração descreve o estado búdico. Quando seguramos nas mãos o Sutra do Coração, estamos na verdade segurando o estado búdico. Quando lemos o Sutra do Coração, vemos afirmações como “...não há um caminho, nem sabedoria, nem realização, nem não realização...” e assim por diante. Quando lemos isso, podemos pensar: “Que loucura é essa? É claro que o Buddha ensinou um caminho e métodos, e deu todos os tipos de ensinamentos por meio dos quais podemos nos livrar do sofrimento, então o que está acontecendo aqui?”. O que o Sutra do Coração está dizendo é isso: tudo é mente, a mente é vazia, a natureza vazia é clareza, e a clareza é consciência pura. A consciência pura é a budeidade; o estado búdico não tem um caminho; esse estado não tem realização; esse estado não tem não realização. Esse estado é livre dos cinco agregados de forma, sentimento, percepção, formação e consciência, que constituem toda a nossa experiência. Se tivermos a sorte de receber instruções sobre como encontrar esse estado livre de consciência pura por meio da meditação, não seremos capazes de mantê-lo por muito tempo, talvez apenas alguns segundos. Portanto, o Sutra do Coração descreve o estado de iluminação, mas não nos ensina como alcançá-lo de forma prática.
Costumo ensinar outro sutra intitulado Sutra da Sabedoria na Hora da Morte. Este sutra é muito curto e oferece instruções condensadas sobre como alcançar o estado descrito no Sutra do Coração. Havia um antigo rei tibetano que costumava ler o Sutra do Coração todos os dias para esclarecer sua visão da realidade, mas ele também costumava ler o Sutra da Sabedoria na Hora da Morte para guiar sua prática de meditação.
Agora, aqui está um ponto importante: assim como o Sutra do Coração é a forma condensada das 80.000 estrofes do Sutra da Perfeição da Sabedoria, podemos dizer que o Sutra da Sabedoria na Hora da Morte é a forma condensada do Sutra Rei da Meditação. Portanto, podemos ler esta citação do Sutra da Sabedoria na Hora da Morte para entender como vamos aprender a meditar neste livro baseado no Sutra Rei da Meditação:
“Akashagarbha, no momento da morte, o bodhisattva deveria treinar na sabedoria da hora da morte. A sabedoria da hora da morte consiste no seguinte: uma vez que todos os fenômenos são naturalmente puros, cultive bem a noção da ausência de existência. Como todos os dharmas estão contidos em bodhichitta, cultive bem a noção da grande compaixão. Uma vez que todos os fenômenos são naturalmente luminosos, cultive bem uma mente livre de pontos de referência. Uma vez que todas as entidades são impermanentes, cultive bem um estado mental que não seja apegado a nada. Quando a mente é entendida, isso em si é sabedoria. Portanto, cultive bem a noção de que o Buddha não deve ser procurado em outro lugar.”
Essa instrução é muito profunda. Ela sintetiza todos os pontos de treinamento do caminho Mahayana. Por meio dos ensinamentos do Sutra Rei da Meditação, aprenderemos a aplicar cada uma dessas afirmações de modo completo e direto.
O mundo do século XXI deve compreender que a verdadeira meditação dá origem à completa liberdade. Se não entendermos isso, corremos o risco de diluir a ideia da meditação em uma simples sessão sentada na almofada para nos fazer sentir calma. Se buscamos a liberação do sofrimento e desejamos uma profunda relação com a realidade, todas as experiências da nossa vida devem se tornar meditação. Peço que os leitores considerem a visão e as práticas de meditação descritas neste livro como um caminho, ou como um grande suporte para a tradição autêntica de meditação que estão praticando atualmente. Esses métodos funcionaram para inúmeros praticantes que vieram antes de nós e vão funcionar para nós também.
Tudo o que vemos, ouvimos e sentimos pode ser meditação, incessantemente. Minha intenção é que esse texto dê a vocês a verdadeira instrução. Espero que isso os beneficie direta e imediatamente. O Sutra Rei da Meditação me afetou pessoalmente de modo muito profundo.
Desejo que este livro faça os seres verdadeiramente felizes. Espero que o mérito deste livro seja uma causa para que as aspirações puras dos buddhas e bodhisattvas — aqueles que realizaram o caminho e experienciaram a meditação mais elevada, o rei dos samadhis — se tornem realidade.
]]>O grupo terá início em 8 de junho de 2022. Sempre às quartas, das 19h30 às 20h30, em um total de 12 encontros (um capítulo por encontro).
O grupo se encontrará pelo Zoom. Caso as vagas se esgotem, haverá transmissão também no YouTube (aqui). Os estudos ficarão gravados e disponíveis para assistir posteriormente no YouTube.
Para se inscrever no grupo, basta preencher o formulário aqui. As inscrições são gratuitas.
Erika Leonardo de Souza é psicóloga, Certified Teacher do Programa de Mindfulness e Autocompaixão Mindful Self-Compassion (programa criado pela Kristin Neff e pelo Christopher Germer) e revisora técnica do livro Autocompaixão feroz.
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A autocompaixão é útil para qualquer pessoa. Muito do que escrevi no passado foi neutro quanto a gênero. Mas acredito que a autocompaixão é especialmente necessária para as mulheres neste momento da história. Cansamos de reclamar e sermos tratadas como se fôssemos incompetentes. É hora de receber remuneração justa no mercado de trabalho e termos o mesmo poder e representação que líderes nacionais homens, tanto nos negócios quanto no governo. A autocompaixão feroz, especialmente quando equilibrada com a autocompaixão terna, pode nos ajudar a lutar por nossos direitos e combater o dano causado por séculos, quando era dito às mulheres para se calarem e ficarem bem comportadas.
Também fui inspirada a escrever este livro como consequência do Movimento #MeToo. Por muito tempo, as mulheres varreram o assédio e abuso sexual para debaixo do tapete. Temíamos que as pessoas nos desacreditassem. Isso nos traria vergonha ou apenas causaria mais danos. Mas isso mudou em 2017, quando centenas de milhares de mulheres usaram a hashtag #MeToo para compartilhar suas experiências de assédio e agressão sexual. De repente, eram os homens que estavam deixando seus empregos com suas reputações em ruínas.
Como abordarei em detalhes mais tarde, minha história ressoa com a de inúmeras outras mulheres ao redor do globo. Apesar de ser uma professora de mindfulness e compaixão reconhecida, fui enganada e manipulada por alguém que se revelou um predador sexual. Um homem em quem confiei e a quem apoiei estava realmente assediando e abusando de várias mulheres sem meu conhecimento. Minha prática de autocompaixão é o que me permitiu lidar com o horror da descoberta. Minha autocompaixão terna foi o que ajudou a me curar e a autocompaixão feroz me estimulou a falar e me comprometer a não deixar esse mal continuar. O movimento pelo direito das mulheres nos deu acesso ao campo profissional, mas, para termos sucesso, precisávamos agir como homens, suprimindo qualidades ternas que são desvalorizadas no mundo masculino. Ao mesmo tempo, não gostamos de ser agressivas e assertivas em demasia. Isso nos deixa diante de um impasse insólito: ter sucesso e, consequentemente, ser desprezada ou ser amada, mas permanecer desprezada. As mulheres sofrem mais pressão para provar seu valor no trabalho, além de estarem sujeitas a assédio sexual e receberem salários mais baixos.
O resultado final é o seguinte: a configuração atual não está mais funcionando para nós. Acredito que, desenvolvendo e integrando a autocompaixão feroz e terna, as mulheres estarão mais bem equipadas para perceber nosso verdadeiro eu e fazer as mudanças necessárias no mundo ao nosso redor. O patriarcado ainda está vivo e causando grandes malefícios. Estamos sendo chamadas por causa das urgentes questões de hoje — assédio sexual, desigualdade salarial, preconceito crescente, disparidades de saúde, divisão política, nosso planeta agonizando — para reivindicar nosso poder e agir.
Porque sou branca, cisgênero e mulher heterossexual, sem dúvida haverá viéses inconscientes naquilo que escrevo. Embora eu tente da melhor forma abordar a experiência diversificada de pessoas que se identificam como mulheres, meus esforços certamente serão insuficientes. Por favor, perdoem-me. É minha esperança que este livro estabeleça princípios gerais, falando de forma significativa da experiência de pessoas com diferentes interseções de identidades. Nem todas as mulheres são iguais, e nem todo sofrimento é o mesmo. Mas eu acredito que a autocompaixão feroz e terna, ao mesmo tempo, é relevante para todas as pessoas, e chave para a luta contra sexismo, racismo, heterossexismo, capacitismo e outras formas de opressão.
Kristin Neff
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Hoje, listo 3 motivos para você conhecer essa maravilhosa obra.
Comprando o livro pelo site da Lúcida Letra você o receberá na nova bolsinha, com a nova marca da editora, junto de um marca páginas do livro. E o site continua com frete grátis em pedidos acima de R$100.
Vamos aos três motivos para você conhecer o livro:
O livro traz trechos do sutra Rei da Meditação, com as palavras do próprio Buddha. Como descreve Phakchok Rinpoche:
"O Sutra Rei da Meditação inclui instruções sobre como se comportar habilmente, como pensar habilmente e como usar o mundo aparentemente material como um suporte para o seu treinamento, bem como conselhos claros sobre como “sair da frente” para que sua sabedoria inata possa emergir naturalmente."
O livro traz práticas para que você possa dar vida às instruções do texto.
Phakchok Rinpoche tem uma família, é pai de dois filhos, e ao mesmo tempo é responsável por várias instituições monásticas importantes. Sua vida exemplifica o delicado equilíbrio que muitos praticantes devem encontrar no mundo de hoje. De acordo com a tradição, devemos estudar e contemplar para compreender o significado profundo dos ensinamentos do Buddha. Devemos praticar de forma que genuinamente reduza nosso apreço ao eu e nossas emoções negativas. Como expressão da nossa prática, devemos nos engajar em atividades altruístas para ajudar nossa comunidade e além dela. Essa fórmula de estudo, contemplação, prática e atividade altruísta é o que Rinpoche segue e ensina.
Para saber mais sobre o Rinpoche, visite a página do autor no site da Lúcida Letra, aqui.
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