Um trecho do livro "O que não faz de você budista", de Dzongsar Jamyang Khyentse:
O medo e a ansiedade são os estados psicológicos dominantes da mente humana. Por trás do medo há um constante anseio por certeza. Temos medo do desconhecido. A vontade da mente de obter confirmação tem sua raiz em nosso medo da impermanência.
O destemor nasce quando você consegue apreciar a incerteza, quando você tem fé na impossibilidade de componentes interligados permanecerem estáticos e constantes. Você chegará ao ponto em que, de um modo muito verdadeiro, estará preparado para o pior ao mesmo tempo em que abre espaço para o melhor. Você passa a ter dignidade e majestade. Essas qualidades incrementam sua capacidade de trabalhar, travar a guerra, fazer a paz, criar uma família e desfrutar do amor e de relacionamentos pessoais. Por saber que algo está à sua espera ali na curva, por aceitar que existem incontáveis potencialidades daqui para a frente, você passa a ser capaz de uma percepção abrangente e de presciência, como um general de talento: não paranoico, mas preparado.
Para Siddhartha, se não há impermanência, não há progresso nem mudança para melhor. Dumbo, o elefante voador, veio a entender isso. Quando jovem, era tratado como um pária por causa de suas enormes orelhas. Vivia solitário, deprimido, com medo de ser expulso do circo. Então, descobriu que sua “deformidade” era única e valiosa, porque lhe permitia voar. Ele passou a ser bem-aceito. Se tivesse sempre confiado na impermanência, não teria sofrido tanto quando era novo. O reconhecimento da impermanência é a chave que nos liberta do medo de ficarmos presos para sempre em uma situação, hábito ou padrão.
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