Uma história de minha mãe (Trecho de Resgate emocional)

Minha mãe me contou esta história. A primeira vez que foi ao cinema, na Índia, estava acompanhada de uma amiga. Foram assistir a um filme com um ator indiano bastante famoso. O mocinho do filme, esse ator, era torturado pelos vilões. Eles o surravam até que começasse a sangrar e exibisse cortes por todo o corpo. Então os vilões decidiram torturá-lo ainda mais, esfregando sal nas suas feridas. Minha mãe disse que a sua amiga ficou tão perturbada com isso que se levantou e gritou: “Não, não, não, parem! Não, não façam isso!”. Ela gritou a plenos pulmões no cinema! É tão fácil se perder em outra realidade...

No início, sabemos que vamos apenas assistir a um filme – é faz de conta. Mas depois de um tempo começamos a acreditar no que vemos na tela. De fato, isso é o que esperamos de um “bom filme”. Envolvemo-nos na ação e esquecemos que caímos na ilusão do diretor e agora compartilhamos dela. Fomos apanhados pelo drama das emoções e acabamos gritando para as luzes na tela.

A questão então é: como trabalhamos com isso? Como podemos fazer para parar essa teia em que sempre acabamos presos? Precisamos de uma estratégia de saída. Qual é o plano de fuga?

A meditação é o primeiro lugar onde encontramos a mente de forma direta e onde podemos transformar as tendências habituais que nos fazem sofrer. Não conseguimos mudar essas marcas profundas em apenas um encontro face a face, mas a meditação coloca o processo de mudança em movimento. Simplesmente levamos a experiência cotidiana de pensamento e emoção, os altos e baixos, o sentir-se preso e confuso – o que quer que estejamos vivenciando – para a experiência meditativa. De outra forma, é muito difícil descobrir a melhor estratégia para transformar um hábito emocional que tomou conta de nós. Lá vem minha ex com seu novo namorado. Qualquer presença mental e consciência que porventura tenhamos cultivado em meditação será chave no desenvolvimento do poder de transformar a tendência negativa exatamente quando ela surge. Com tempo e prática, o processo não demanda esforço. Não precisamos pensar muito a respeito.

Trechos de livros

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