Trecho do livro A mente serena, em que S. Ema. Gyalwa Dokhampa descreve a nossa mente inquieta:
Algumas vezes, ou, talvez, até a maior parte do tempo, nossas mentes se sentem um pouco como fliperamas, sempre ricocheteando para todos os lados. Ah, se ao menos nos sentíssemos assentados em nossas próprias mentes e felizes com o lugar onde estamos e a direção que tomamos. Ah, se ao menos nossas mentes parassem de supercomplicar, superanalisar, pensar demais.
Um de meus professores resumiu muito bem: “O ser humano – ao sacrificar a saúde para fazer dinheiro, precisa sacrificar o dinheiro para recuperar a saúde, e então fica tão ansioso com o futuro que não aproveita o presente e, como resultado, não vive no presente nem no futuro – vive como se nunca fosse morrer e morre sem ter realmente vivido.” É um padrão em que facilmente caímos. A felicidade está sempre ali na esquina e, mesmo quando a encontramos, algumas vezes esquecemos que era por ela que estávamos buscando em primeiro lugar. Usamos o fato de estarmos sempre ocupados como se fosse uma medalha de honra, mesmo que saibamos, bem no fundo, que a quantidade de coisas que fazemos num dia não se traduz em felicidade ou contentamento, ou sequer em algum tipo de vitória. Na medida em que enchemos nossos dias, e nossas mentes, podemos algumas vezes nos sentir como se estivéssemos vivendo de acordo com algum tipo de roteiro que não escrevemos: correndo daqui para ali, jamais com a sensação de que dispomos de tempo suficiente para as pessoas ou para as tarefas, nos dispersando demais.
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