Quando os livros chegam da gráfica eu tento sempre relê-los com um olhar fresco, de leitor, deixando que novos trechos me chamem a atenção. Logo no início, fiquei encantado com o trecho abaixo, sobre graça, no capítulo "O que é que eu sei?":
Elizabeth é muito hábil em tratar de um tema por vezes espinhoso (fé) e também sobre interdependência e surgimento dependente. O livro é dividido em 5 capítulos, que tratam do não que não sabemos; de como investigamos (com práticas guiadas), fé além de crença e dúvida; cidadania e tradição."No espírito da tradição budista, sugeri que a graça surge de encontrarmos nosso lugar na relação com o mundo ao nosso redor. Pode ser que você espere que alguém ou algo derrame a graça sobre você. Pode parecer necessário um evento externo extraordinário e sagrado para evocar uma experiência de graça. Mas sua própria habilidade em reconhecer algo fora de você mesma e enxergar o seu valor é parte integrante da equação da graça. As qualidades de apreciação e humildade, que surgem como expressões naturais de sua própria mente, não são menos sagradas do que os objetos que fizeram com que elas emergissem. Afetar-se pela beleza e pela dor da vida em vez de tentar viver à margem delas cria graça.
Tudo isso para dizer que a graça não acontece em um vácuo, mas a partir do enlace entre sua consciência e o mundo que você encontra. A graça acontece quando você se percebe em uma relação sã com seu mundo."
Fico muito feliz em perceber que os dois últimos livros lançados tocam tanto no coração do praticante. "A lógica da fé" e "Apaixonado pelo mundo". Torço para que a Lúcida Letra siga inspirando!
Um abraço grande,
No Darma,
Vítor Barreto